Luis Miranda, gestor do wealth Management da M8 Partners
1.Com o ciclo de alta na taxa de juros vocês tem aumentado a alocação em fundos de crédito? Acreditam que há oportunidade nessa classe?
Sim. Ao longo de 2021 crescemos a alocação em fundos de crédito, principalmente em FDIC’s. Acreditamos que com a Selic em dois dígitos, esses fundos ficam cada vez mais atrativos pela sua natureza pós-fixada atrelada ao CDI. Dado oferecem bom spread acima do CDI e com baixa volatilidade.
2. Quais as classes de crédito que vocês têm preferido e por quê?
Em geral gostamos dos extremos como numa “Barbell” de crédito (quando um gestor investe em títulos de longa e curta duração, mas não investe em títulos de duração intermediária.). O baixo risco com liquidez para as oportunidades em FDIC’s, LFSN e LFSC, e crédito estruturado no outro extremo. Achamos o crédito high grade sem prêmio e as debêntures isentas caras, principalmente os papéis atrelados ao IPCA.
3. Em uma economia em crise e com altos juros há sempre a preocupação com inadimplência. Quais são os maiores os riscos que vocês pontuam nessa classe de ativos no momento?
Num quadro desses vai ser natural uma deterioração das métricas de crédito. A qualidade de crédito deve prevalecer sobre a rentabilidade. Os riscos para os créditos high grades é a piora do rating causado pela aumentos dos custos financeiros somado a piora econômica. Nos estruturados, como a classe de FIDCs o risco maior é o descasamento da carteira. Esperamos uma ligeira piora das PDDs (provisão devedores duvidosos) ao longo do ano e spreads menores. Porém o mercado ainda está bem líquido e com bastante demanda por crédito.
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